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Condutas de limitação terapêutica em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva

Therapeutic limitation conducts in intensive care unit patients

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Atualmente, há uma tendência crescente de se buscar o "morrer com dignidade", mais do que prolongar inutilmente o sofrimento de pacientes terminais em unidades de terapia intensiva (UTI). O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de condutas que sugerem limitação terapêutica (LT) em pacientes que foram a óbito em UTI Adulto. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, retrospectivo, que avaliou prontuários médicos de pacientes que foram a óbito na UTI geral de um hospital privado de Salvador-BA, entre janeiro e agosto de 2003, com internação superior a 24 horas na unidade. Os pacientes foram classificados, em relação ao óbito, em "não resposta a medidas de reanimação", "morte encefálica", "decisão de não reanimar" (DNR), "não adoção ou retirada de medidas de suporte de vida", sendo estas duas últimas consideradas medidas sugestivas de limitação terapêutica. RESULTADOS: Foram incluídos dados referentes a 67 pacientes, correspondendo a 90,4% dos pacientes falecidos na unidade durante o período. Destes, 56,7% eram mulheres e a idade média dos pacientes foi de 66,58 ± 17,86 anos. Medidas sugestivas de LT foram encontradas em 59,7% dos pacientes, sendo a mais importante "não adoção de medidas de suporte" (35,8%), seguida de DNR (17,9%) e "retirada de medidas de suporte" (6%). A utilização de fármacos vasoativos e métodos dialíticos foram as medidas de suporte mais omitidas, enquanto antibioticoterapia foi a mais retirada. A utilização de medidas de LT foi mais freqüente nos pacientes clínicos. CONCLUSÕES: Os dados do presente estudo sugerem altas freqüências de condutas médicas sugestivas de LT em UTI geral no Nordeste do Brasil. Métodos terapêuticos que possam causar desconforto ou sofrimento aos pacientes terminais, como nutrição, sedação e analgesia, raramente foram omitidos ou retirados.

Cuidados Intensivos; Ética Médica; Futilidade Médica; Interrupção do Tratamento; Ordens de não Reanimar


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