JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A assistência em unidade de terapia intensiva (UTI) é constantemente desafiada por infecções relacionadas a procedimentos invasivos, que resultam no aumento da morbimortalidade, no tempo de internação e nos custos. O objetivo deste estudo foi avaliar prospectivamente os pacientes críticos segundo idade, condições clínicas, tempo de hospitalização, ocorrência de infecção hospitalar, topografia da infecção hospitalar, ocorrência ou não de multiresistência microbiana, uso de procedimentos invasivos e de antimicrobianos. MÉTODO: Estudo prospectivo, observacional, de natureza clínica, realizado em uma UTI no período de fevereiro a julho de 2006. Foram incluídos os pacientes críticos com tempo de hospitalização superior a 24 horas na UTI, acompanhados desde a admissão até a alta, transferência ou óbito. RESULTADOS: Totalizou-se 71 pacientes com média de idade de 53,5 ± 18,75 anos. Quarenta e sete (66,2%) pacientes adquiriram infecção hospitalar. Das ocorrências de infecção destacam-se, 29 (37,6%) corrente sanguínea, 20 (26%) respiratórias e 13 (16,9%) urinárias. As cepas multiresistentes mais freqüentes foram: 14 (10,85%) Pseudomonas aeruginosa, 4 (3,1%) Staphylococcus sp. coagulase-negativa e 4 (3,1%) Staphylococcus aureus. antimicrobianos mais utilizados foram carbapenem (22,4%), glicopeptídeo (21,6%) e cefalosporina (21,6%). Do total dos pacientes, 29 (40,8%) foram a óbito. CONCLUSÕES: A infecção hospitalar é agravada se associada ao aumento da resistência dos microrganismos aos antibióticos.
Infecção hospitalar; resistência bacteriana a fármacos; UTI