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Gasto energético em ventilação mecânica: existe concordância entre a equação de Ireton-Jones e a calorimetria indireta?

OBJETIVO: Avaliar a concordância entre o gasto energético mensurado pela calorimetria indireta e o estimado pela fórmula de Ireton-Jones de pacientes críticos em ventilação mecânica assistida. MÉTODOS: Participaram do estudo indivíduos aptos a interromper o suporte ventilatório, internados entre agosto de 2006 e janeiro de 2007, no centro de terapia intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS. O gasto energético foi mensurado pela calorimetria indireta usando monitor específico, assim como calculado pela fórmula de Ireton-Jones. Os valores encontrados foram analisados por meio do teste t de Student e pelo método de Bland and Altman, e expressos pela média ± desvio padrão, com nível de significância p<0,05. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo quarenta pacientes, com idade média de 56±16 anos e índice APACHE II 23±8. O gasto energético mensurado pela calorimetria indireta foi de 1558±304kcal/24h, enquanto o estimado por Ireton-Jones foi de 1689±246kcal/24h. Houve diferença estatisticamente significativa entre as médias do gasto energético mensurado e estimado para o mesmo indivíduo (p<0,004). Os limites de concordância entre a calorimetria indireta e a equação de Ireton-Jones foram de -680,51 a 417,81 kcal. CONCLUSÃO: O gasto energético estimado pela fórmula de Ireton-Jones não apresentou boa concordância com o medido pela calorimetria indireta, entretanto, considerando aspectos relacionados à disponibilidade do aparelho, esta equação pode auxiliar no planejamento nutricional dos pacientes críticos.

Calorimetria indireta; Valor preditivo dos testes; Metabolismo energético; Respiração artificial


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