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Avaliação da dor de vítimas de traumatismo craniencefálico pela versão brasileira da Behavioral Pain Scale

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a validade e a confiabilidade da versão brasileira da Behavioral Pain Scale (BPS-Br) em vítimas de traumatismo craniencefálico.

Métodos:

Estudo observacional, prospectivo, de medidas repetidas e pareadas, realizado em duas unidades de terapia intensiva (clínica e cirúrgica) de um hospital geral de grande porte. A amostra por conveniência foi composta por vítimas de traumatismo craniencefálico moderado ou grave, penetrante ou fechado, adultos, sedados e mecanicamente ventilados. Foram realizadas 432 observações por pares de avaliadores independentes, simultaneamente, antes da limpeza do olho, durante a limpeza do olho, durante a aspiração traqueal e após a aspiração traqueal. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, relacionados ao trauma, sedoanalgesia e parâmetros fisiológicos (frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica). A validade discriminante foi verificada pelo teste de Friedman e Wilcoxon por pares. Utilizaram-se o coeficiente de correlação intraclasse e coeficiente de Kappa de Cohen para avaliar a confiabilidade. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para verificar a associação entre variáveis clínicas e os escores da BPS-Br durante a aspiração traqueal.

Resultados:

Houve elevação significativa dos parâmetros fisiológicos durante a aspiração traqueal, porém sem correlação com os escores de BPS-Br. A dor foi significativamente mais intensa durante a aspiração traqueal (p < 0,005). Foi evidenciada satisfatória concordância interobservadores, com coeficiente de correlação intraclasse de 0,95 (0,90 - 0,98) e Kappa de 0,70.

Conclusão:

Os escores da BPS-Br elevaram-se durante a aspiração traqueal. A versão brasileira da escala mostrou-se válida e confiável para avaliação da dor em vítimas de traumatismo craniencefálico submetidos à aspiração traqueal.

Descritores:
Dor nociceptiva; Medição da dor; Sedação profunda; Traumatismos craniocerebrais; Unidades de terapia intensiva

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