Este artigo aborda a questão do destino do originário. São apresentadas três concepções do destino do originário: 1) material-pedestal: o originário como material de base a processos posteriores; 2) material reativável em um segundo tempo: o originário como material reativado por ocasião de etapas mais tardias da vida; 3) tipo de trabalho psíquico retomado em níveis ulteriores: o originário como modalidade de trabalho psíquico duradouramente eficiente por meio de um certo número de transposições ao longo de toda a existência do sujeito. O autor defende que os processos originários - quer eles sejam pensados em termos de pedestal, base de processos psíquicos posteriores, em termos de materiais iniciais reativados em segundo tempo ou em termos de modalidades de trabalho psíquico - só podem ser modelados integrando os efeitos de a posteriori. Trata-se de uma temporalidade não-linear.
originário; trabalho psíquico; temporalidade; intersubjetividade