O trabalho se constitui numa discussão sobre o processo de constituição dos limites psíquicos em duas leituras contrastantes representadas por Andre Green e Donald Winnicott. Inicialmente apresentamos duas hipóteses sobre esta questão encontradas no texto freudiano, especificamente em 1930, que a nosso ver fundamentam os desenvolvimentos teóricos posteriores em Winnicott e Green. Então, a possibilidade de pensar a constituição psíquica a partir do postulado de uma indiferenciação primária, em Freud, se apresenta, em Winnicott, através do recurso ao paradoxo enquanto figura emblemática do processo de constituição psíquica. Por outro lado, a postulação freudiana sobre a ausência enquanto requisito fundamental da constituição da psique ressurge em Green sob a forma da exigência do trabalho do negativo, evento central na construção dos limites psíquicos.
limites psíquicos; paradoxo; trabalho do negativo; Green; Winnicott