O artigo reflete a relação transferencial na clínica psicanalítica com crianças autistas. Verifica-se que, a partir do trabalho de Melanie Klein (1930), a análise da transferência com crianças autistas é realizada por meio de interpretações verbais e o lugar do analista é o de intérprete. A partir do pensamento de Winnicott, o analista ganha outro lugar na situação transferencial com a criança autista para além da função de intérprete. Dentre as ideias de Winnicott, enfatiza-se a questão do holding e da interpretação, o modelo da "mãe suficientemente boa" como um norteador da transferência e a importância dos vínculos sensoriais não-verbais na relação transferencial.
transferência; interpretação; holding; autismo