O presente artigo aborda a psicanálise aplicada em uma época de avanço do discurso capitalista, favorecedor da crescente especialização do conhecimento e promotor, no meio clínico, de uma fragmentação das grandes categorias diagnósticas. Disso resulta uma predominância de instituições cada vez mais especializadas e segregativas. Diante da massificação da terapêutica e da crescente burocratização dos procedimentos técnicos colocados em jogo, repletos de medidas avaliativas, os autores propõem a psicanálise aplicada como prática que viabiliza a inserção da psicanálise em instituições de saúde sem dissolvê-la no variado campo das psicoterapias. A formação do analista e o sintoma são considerados eixos articuladores das dimensões epistemológica, ética e política da psicanálise aplicada. Esta é considerada, a partir da orientação lacaniana, uma saída ética para os psicanalistas, confrontados com as novas demandas do mundo contemporâneo.
psicanálise aplicada; sintoma; formação do psicanalista; instituições de saúde