O artigo a seguir trata das relações entre a possibilidade terapêutica do tratamento psicanalítico e o núcleo incurável contido no sintoma tal como este foi definido pela psicanálise a partir das orientações contidas na obra de Freud e no ensino de Lacan. Ao final da obra de Freud, o resto irredutível do sintoma deixou-lhe um impasse sobre o destino oferecido a esse resíduo no tratamento psicanalítico. O ensino de Lacan por sua vez, não recuou frente a esse impasse. Ao considerar a importância do sintoma em psicanálise, Lacan evidencia que ele tem uma função para o sujeito e não se trata de eliminá-lo. Desse modo, o psicanalista francês apresentou fundamentos que dão outros destinos ao resto não eliminável na experiência analítica. Assim, a abordagem lacaniana do sintoma demarca os limites da eficácia terapêutica da psicanálise, pois tais limites derivam, justamente, do elemento incurável que se impõe na experiência analítica.
sintoma; terapêutica; incurável; Lacan