RESUMO
O presente estudo busca investigar o impacto do regime de chuvas dos municípios do estado do Ceará sobre a saúde infantil, representada pela taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos (TMC), em anos censitários (1991, 2000 e 2010). As regressões indicam uma relação negativa entre a TMC e a precipitação municipal, na qual a exposição às doenças infecciosas surge como o principal mecanismo de efeito. Observa-se também que a TMC é particularmente sensível à ocorrência de episódios de secas severas/extremas. Esse resultado é particularmente preocupante, uma vez que as previsões de mudanças climáticas indicam aumento na duração e intensificação das secas na região Nordeste do Brasil. Estimativas baseadas em tais projeções sugerem que a perda de capital humano na infância devido às futuras quedas no nível de precipitação municipal pode atingir 1,5% do PIB do Estado até o final do século XXI.
Palavras-chave
regime de chuvas; saúde infantil; Ceará; Brasil