Este texto apresenta o questionamento filosófico sobre a intersubjetividade, nas teorias fenomenológicas de Husserl, Scheler e Merleau-Ponty, considerando suas contribuições para o estudo psicológico da alteridade. Apresentam-se formas de surgimento do outro para mim e de sua possível presença como elemento constitutivo do mundo ao qual pertenço e, acima de tudo, como elemento que me constitui. Para que o outro possa ser reconhecido em sua radical alteridade não posso nem "instituí-lo" por comparação comigo mesmo, por analogia, nem por projeção ou introjeção e nem por processos de fusão afetiva. Estas são formas que excluem a possibilidade do reconhecimento do outro em sua diferença. Sugere-se que é a partir da experiência sensível/ perceptiva, na esfera própria de um corpo vivido, que é possível o reconhecimento do outro como diferença por meio de suas formas expressivas. Conclui-se, assim, que a noção de intersubjetividade poderia ser substituída com vantagens pela de intercorporeidade.
Fenomenologia; Alteridade; Intersubjetividade; Intercorporeidade