Este artigo objetiva apresentar, de forma introdutória, a possibilidade e a necessidade de diálogo entre a linguagem pictórica e o discurso científico da Geografia. Para tal, apresenta alguns elementos do alfabeto das pinturas de imagens a partir tanto da semiótica quanto da gestalt, analisadas por Fayga Ostrower e Donis Dondis. O exercício interpretativo dá-se a partir do conceito de paisagem aplicado sobre as imagens elaboradas artisticamente por grandes pintores da humanidade, contextualizando-as a partir dos elementos técnicos e tecnológicos que existiam na época e no lugar, e da forma como esses interferem nos processos de elaboração e interpretação das obras. Para exemplificar isso, utilizam-se três pinturas elaboradas em diferentes períodos, a partir da Europa medieval até o mundo moderno, apresentando, assim, os aspectos gerais que levavam à mudança de leitura espacial do território produzido a partir da consolidação do mundo urbano, industrial e baseado na lógica da mercadoria.
Geografia; pintura; linguagem; imagem; paisagem