A educação inclusiva realmente instala um novo paradigma? Em um movimento para mascarar e recobrir a experiência de ambivalência e mal-estar suscitada pelo estranho, percebe-se uma tentativa de naturalizar as diferenças dos alunos com necessidades educativas especiais e enquadrá-los em categorias ordenadoras previamente estabelecidas, que pressupõem uma descrição detalhada e refinada, em um movimento classificatório que tende ao infinito. Os apelos contemporâneos ao individualismo e ao consumismo estão impregnados no discurso da educação inclusiva, perceptíveis na exacerbação do poder do especialista, na preocupação com a eficácia da educação e no excesso (de informações, de técnicas e de saberes).
educação inclusiva; psicanálise; estranho; especialista