Este artigo discute os sistemas de proteção social na América Latina e as perspectivas para reformas sociais na região, tomando como referência os padrões existentes de relacionamento entre a sociedade e o Estado. Duas abordagens presentes na literatura sobre o tema são analisadas e questionadas: a primeira diz respeito à adoção de tipologias referidas às diferentes modalidades de Welfare State na classificação dos distintos sistemas de proteção social na região; a segunda refere-se à identificação de uma suposta crise do Welfare State no cenário internacional, que se expressaria necessariamente, nos sistemas latino-americanos de proteção social, por uma extensão da concepção econômica neoliberal a esse campo. Fundamentada em discussão conceituai e em referências empíricas, a autora questiona ambas as abordagens e conclui tentando mostrar que a complexa realidade latino-americana exige tratamento teórico e metodológico compatível com o cenário de heterogeneidade estrutural dominante na região.