A crise da AIDS tem despertado grande interesse na exame crítico da política de saúde pública. Boa parte dessa reflexão tem seguido a perspectiva da "análise cultural" em que se combinam as teorias pós-modernas com a perspectiva política do "pluralismo radical". Essa combinação constitui uma rejeição da teoria marxista do Estado e, além disso, desvia a atenção do Estado como objeto de análise. Este artigo apresenta-se como uma resposta à "análise cultural", utilizando uma investigação histórica sobre a política de saúde pública no Canadá para mostrar como esta tem se concentrado no Estado e para refletir sobre a natureza e os limites da política social.