Neste estudo são examinados alguns dos marcos epistemológicos da constituição histórica da epidemiologia, enfatizando-se especialmente o seu processo de formalização científica (séculos XVIII-XIX). A reflexão aqui elaborada procura resgatar, no desenvolvimento concreto da apreensão teórica de um espaço propriamente público da saúde, a consubstancialida-de tecno-social do caráter complementar e subordinado que caracteriza hoje o conjunto da práxis epidemiológica. Destaca-se o reducionismo instrumental da racionalidade que suscita e legitima a inferência epidemiológica, possibilitado metodologicamente por intermédio do conceito abstrato de meio externo.