O artigo trata das representações da psiquiatria a respeito da noção de Pessoa, procurando demonstrar, em particular, de que forma tais representações são expressão do valor Indivíduo e dos corolários da igualdade e da liberdade. Focaliza-se, neste sentido, o surgimento da primeira psiquiatria, alienista, e a reordenação, a partir da Segunda Guerra Mundial, de um novo conjunto de saberes e práticas terapêuticas aqui denominado de "nova psiquiatria". A partir de um estudo comparativo, argumenta-se sobre a tensão físico-moral constitutiva da construção social da Pessoa moderna em suas diferentes formas de atualização, e analisa-se as rupturas e continuida-des entre as idéias que fundamentam a psiquiatria alienista e a "nova psiquiatria".