Encyclopédie, principal obra de difusão do Iluminismo, contou com a participação de vários médicos, evidenciando preocupações com a saúde do indivíduo e da população. No século XVIII, afirma-se a primazia da ciência, novo critério de verdade. Ao criticarem a sociedade setecentista, visando produzir mudanças no mundo, filósofos e médicos tinham em mente a infância, o menor abandonado, o aleitamento materno, o comportamento da mãe e o combate às nutrizes - questões relevantes enquanto concernentes à população, que passa a ser valorizada como fonte de riqueza da nação. Ainda na segunda metade do século XVIII, o hospital é medicalizado e como local de cura será disciplinarizado, apresentando uma nova distribuição espacial. A medicina classificatória, em voga desde o século anterior, priorizando a observação dos sintomas e a experiência do médico, acaba por ultrapassar a doutrina das crises, apesar da permanência de alguns preceitos hipocráticos. Em síntese, está se afirmando uma nova administração da vida, da reprodução e da morte.