Esse ensaio examina o desenvolvimento das pesquisas sobre sexualidade à luz da epidemia do HIV/AIOS. Ele sugere que, embora a AIOS tenha chamado atenção para a negligência histórica em relação às pesquisas sobre sexualidade e tomado disponíveis maiores recursos para o apoio às atividades de pesquisa direcionadas à sexualidade, a maioria do trabalho realizado em resposta à AIOS tem, entretanto, sido limitado por paradigmas teóricos e metodológicos antiquados, assim como pela ausência de uma agenda de pesquisas clara e coerente. Especialmente dentro do campo da Saúde Pública, os modelos biomédicos e as preocupações epidemiológicas têm estabelecido o tipo de atividades de pesquisa, mas falhado em fornecer dados e análises capazes de contribuir efetivamente para a prevenção da AIOS. Como alternativa às estruturas teoréticas tradicionais, o artigo chama atenção para um foco emergente sobre a construção social e cultural da experiência sexual, e indica a importância do desenvolvimento de uma nova agenda de pesquisa para o estudo da sexualidade que terá mais capacidade de se dedicar ao contexto intersubjetivo da educação sobre e da prevenção contra a AIOS.