A construção teórica de categorias nosológicas desempenha um papel fundamental para a racionalidade médica. Estruturado a partir dos modelos de cientificidade oriundos do desenvolvimento da física clássica, o saber médico apresenta-se, contudo, como um agregado irregular de disciplinas onde muitas das noções fundamentais são implícitas, levando ao surgimento de contradições insuperáveis no seu interior e na sua relação com a prática. Este trabalho analisa em detalhe alguns dos pressupostos desta racionalidade, procurando explicitar os obstáculos que estes produzem para que se alcancem os objetivos éticos da prática terapêutica.
Epistemologia; racionalidade médica; história da medicina