Neste artigo, registram-se exemplos de vitalidade teórica e metodológica da produção epidemiológica recente. Menciona-se que a sofisticação computacional e analítica não está condenada a usos politicamente conservadores, e vem permitindo a elucidação de perguntas científicas complexas, desde efeitos de contexto aos mecanismos de ação de exposições ambientais. Ressalta-se, entretanto, que métodos de produção de dados merecem esforços semelhantes de aperfeiçoamento. Avanços no plano teórico são ilustrados com as concepções de Geoffrey Rose e com as teorias sobre influências intrauterinas na etiologia de doenças do adulto. A relativa inocuidade das prescrições epistemológicas é exemplificada com diversas vias existentes para a formulação de teorias. Finalmente, alerta-se para o compromisso da disciplina com os esforços coletivos de redução do sofrimento humano desnecessário, que podem exigir conhecimentos abrangentes da realidade, dos níveis subcelular ao social.
Epidemiologia; estatística; métodos epidemiológicos; métodos e procedimentos estatísticos