Estudos conduzidos em diferentes partes do mundo têm mostrado que a comorbidade entre os distúrbios psiquiátricos e o abuso de drogas é altamente prevalente. Entretanto, a identificação de tal comorbidade tem apresentado uma série de problemas metodológicos que afetam os resultados, tomando difíceis as comparações entre diferentes localidades e estudos. O presente artigo, através da avaliação da literatura sobre as pesquisas empíricas disponíveis, mostra que as principais causas para as diferenças nas taxas de comorbidade obtidas em estudos prévios podem ser devidas a diferenças em: l) critérios diagnósticos e técnicas de entrevistas utilizadas; 2) tipos de amostras estudadas; 3) o momento da avaliação; e 4) estabelecimento da seqüência temporal dos eventos. Apesar da existência de obstáculos importantes, a avaliação destas questões em estudos epidemiológicos tem contribuído com soluções criativas e fornecido um cenário bastante otimista para a direção futura de pesquisas na área.
Estudos epidemiológicos; comorbidade psiquiátrica; distúrbios psiquiátricos; abuso de drogas