Objetivou-se analisar os sentidos atribuídos por homens jovens à sexualidade masculina e a suas práticas sexuais, visando compreender eventuais dificuldades em aderir a práticas preventivas em relação à Aids. Ancorada na teoria dos roteiros sexuais e no conceito de habitus, foi realizada uma análise de enunciação sobre um acervo de 42 narrativas, provenientes de suas subamostras de jovens diferenciados em relação à escolaridade e estrato socioeconômico. Dois conflitos parecem influenciar de modo determinante as práticas sexuais preventivas dos participantes. De um lado, elementos cognitivos de uma "sexualidade informada" se opõem à dimensão do prazer relacionado às práticas sexuais. De outro lado, tais elementos informativos se contrapõem aos componentes psicoculturais mais estáveis relacionados ao habitus masculino. A base empírica sobre a qual se trabalhou permite um aprofundamento da compreensão das nítidas limitações de efetividade das iniciativas de prevenção em saúde baseadas em informações sobre práticas sexuais de risco.
gênero e saúde; sexualidade; identidade de gênero; narrativa; pesquisa qualitativa