Este estudo apresenta a educação como instância modeladora dos sistemas de representação da realidade, a partir de uma reflexão sociofilosófica desenvolvida por Kuhn, Fleck e Wittgenstein. Através de uma pesquisa qualitativa, discute as especificidades da graduação biomédica e a formação de residentes em um Programa de Medicina de Família e da Comunidade como um processo de translação do olhar. No discurso dos residentes entrevistados, duas conclusões se destacaram: a inadequação da formação biomédica para a resolução dos problemas de saúde da população na atenção básica; e a necessidade de uma reorientação do olhar do profissional para o "sujeito doente" e suas subjetividades, para que ele possa se tornar um "médico da pessoa".
educação médica; racionalidade biomédica; Medicina de Família e Comunidade; subjetividade