A hanseníase e seu diagnóstico tardio, que favorece o agravamento dos sintomas e o surgimento de sequelas físicas, permanecem como um grave problema de saúde pública no Brasil. O objetivo deste artigo é analisar o itinerário terapêutico de pessoas com hanseníase, buscando compreender sua experiência da enfermidade, assim como os fatores que contribuíram para o diagnóstico tardio. Foram realizadas 18 entrevistas narrativas com pacientes em tratamento de hanseníase na cidade de Salvador, Bahia, entre 2009 e 2011. Os resultados apontam que, na maioria dos casos, os pacientes percorreram um longo itinerário terapêutico até a realização do diagnóstico. Entre os fatores que contribuem para o diagnóstico tardio está falta de capacitação dos profissionais de saúde nos serviços de saúde para diagnosticar precocemente a enfermidade, assim como o estigma e o preconceito, que favorecem o silêncio em torno da doença e a automedicação.
hanseníase; itinerário terapêutico; análise de narrativa