Resumo
Reconhecendo que as travestis enfrentam discriminação por conta da sua identidade de gênero, gerando com isso processos de adoecimento e sofrimento próprios de estigmas associados, o estudo teve por objetivo analisar e compreender as vivências de travestis acerca da atenção à saúde no SUS em Teresina-PI. Para o desenho metodológico, realizou-se pesquisa qualitativa, em que participaram seis travestis que residem em Teresina, e que de forma direta ou indireta acessam os serviços de saúde. As participantes foram selecionadas pela técnica metodológica Snowball, e a coleta dos dados se deu através de grupo focal. O Método de Interpretação de Sentidos foi utilizado para análise, tratamento e interpretação dos fenômenos sociais. Como resultado e discussão, foram identificadas as categorias: fragilidades no atendimento e especialização do cuidado. O trabalho considerou a necessidade de mais integração entre os diversos segmentos sociais e os serviços de saúde, a qualificação dos profissionais para garantir o acolhimento às travestis e a urgência de se refletir sobre o caráter discriminatório dos serviços especializados implantados pelo SUS, ainda que sejam uma possibilidade de porta de entrada delas ao órgão de saúde.
Palavras-chave:
identidade de gênero; Sistema Único de Saúde; equidade