Resumo
As unidades de saúde contam com o trabalho de diferentes profissionais. Dentre estes estão os vigilantes patrimoniais, por vezes não considerados tradicionalmente como integrantes de equipes de saúde. É esperado que garantam a segurança física das pessoas e do patrimônio, mas em unidades de saúde o segurança atua em várias atividades. Em algumas instituições são responsáveis pela triagem informal para atendimento de emergência, pelo transporte de enfermos, recepção e orientação de pacientes. No cotidiano de unidades de saúde, regras são burladas para lidar com os desafios de cada contexto. As instituições de saúde tornam-se palco de tensões, com disputas de duas lógicas: a universal e a da relacionalidade. As discrepâncias entre as regras e o trabalho de vigilante patrimonial, entre a norma e o “jeitinho”, apontam um movimento amplo da sociedade brasileira entre o formal e o informal, o universal e o relacional, o indivíduo e a pessoa. Neste artigo abordamos o trabalho realizado por vigilantes patrimoniais em unidades de saúde, com base em pesquisa qualitativa e em entrevistas com 11 vigilantes. A análise revelou contraste entre o trabalho normativo - baseado na legislação - e o que ultrapassa as regras.
Keywords:
trabalho; segurança; unidade de saúde