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Physis: Revista de Saúde Coletiva
versión impresa ISSN 0103-7331versión On-line ISSN 1809-4481
Resumen
BRILHANTE, ALINE VERAS MORAIS; OLIVEIRA, LUIZ ADRIANO FREITAS; LOURINHO, LIDIA ANDRADE y MANSO, ALMUDENA GARCIA. Narrativas autobiográficas de mulheres com endometriose: que fenômenos permeiam os atrasos no diagnóstico?. Physis [online]. 2019, vol.29, n.3, e290307. Epub 25-Nov-2019. ISSN 1809-4481. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-73312019290307.
Este artigo objetiva compreender a rede de significados construídos intersubjetivamente que caracterizam o fenômeno da endometriose na vida das mulheres acometidas, equilibrando perspectivas micro e macrossociais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa ancorada na técnica de narrativa autobiográfica do sociólogo Fritz Schütze, que explorou a experiência de 29 mulheres com endometriose. A análise foi realizada de acordo com o método reconstrutivo proposto por Schütze. Para além da estrutura esquemática baseada nos dados indexados, emergiam duas teorias: negligência estrutural legitimada por questões de gênero e barreiras e atalhos na rede de assistência. As narrativas revelam a institucionalização de questões de gênero nos serviços de saúde como reflexo de relações embutidas na estrutura social. Negligência, psiquiatrização do sofrimento feminino, centralidade das ações na função reprodutiva e medicalização precoce do corpo feminino foram fenômenos sociais identificados nas narrativas. Esses aspectos estruturais, legitimados pela violência cultural, relacionam-se de forma simbiótica a lapsos na rede de assistência. O enfrentamento a esse fenômeno demanda mais do que a reorganização das linhas de cuidado segundo o paradigma da integralidade, embora esta emerja como uma possiblidade. É crucial a compreensão das microestruturas relacionadas ao gênero que fundamentam os arranjos sociais e a organização assistencial, produzindo violências institucionais e múltiplos sofrimentos.
Palabras clave : endometriose; diagnóstico tardio; narrativa; Sociologia; Saúde Coletiva.