Resumo
O artigo objetiva avaliar o acesso e a organização das ações da Atenção Primária à Saúde (APS) utilizando o câncer do colo do útero (CCU) como evento traçador. Foram construídas trajetórias assistenciais de mulheres com diagnóstico de lesão de alto grau do colo uterino, adscritas a Unidades Básicas de Saúde Tradicionais e Unidades de Saúde da Família, de zonas urbana e rural, em municípios do interior e na sede de uma região de saúde da Bahia. As mulheres indicam dificuldade de acesso às consultas médicas na APS, sobretudo na zona rural. Além dos obstáculos para agendamento do citopatológico, a maioria relata não receber convocação para sua realização e não participar de atividades educativas sobre o tema. As ações de controle do CCU na APS são restritas à realização do citopatológico, avaliação do resultado e encaminhamento para rede especializada, sem seguimento do cuidado e com falhas na comunicação profissional-usuária. Foram identificadas barreiras no acesso à APS, em geral, e para controle do CCU relacionadas ao escopo de ações, principalmente nas unidades localizadas no município com menor disponibilidade de serviços, na zona rural e nas UBS tradicionais.
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; assistência integral à saúde; neoplasias do colo do útero