Este texto busca discutir a divisão do trabalho em um assentamento coletivo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Santa Catarina, marcado pela proposta de coletivização da terra e dos meios de produção. Nessa forma de organização, busca-se, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo MST, a transformação igualitária e solidária da sociedade, incluindo a construção de novas relações de gênero. O que se observou é que, no cotidiano, mulheres e homens, sujeitos históricos e culturais, apropriam-se desses discursos de gênero, ao mesmo tempo que buscam lidar com as contradições que se apresentam. Entre estas, colocam-se as diferentes jornadas de trabalho que, apoiadas em padrões relacionais fixos, determinam oito horas diárias para os homens na produção e quatro para as mulheres, em função do trabalho doméstico e do cuidado das crianças.
assentamento coletivo; relações de gênero; divisão sexual do trabalho; jornadas diárias de trabalho