O trabalho objetiva desnaturalizar o conceito de adolescência, considerando-o como plural e perpassado por condicionantes diversos, particularmente pelas inserções de classe social e de gênero. Tomando-se os dados de uma pesquisa com 205 adolescentes de um bairro da periferia de Natal/RN, bem como os registros de atividades realizadas com adolescentes de 10 a 14 anos residentes no mesmo bairro, a análise destaca as marcantes influências das relações de gênero, agravadas pela precariedade do contexto sócio-econômico, na socialização dos adolescentes. O estudo permite uma reflexão a respeito do permanente processo de construção da subjetividade adolescente, a partir das experiências de vida compartilhadas nas diferentes interações sociais, oferecendo sugestões para o trabalho de intervenção nas áreas da saúde e da educação.
adolescência; relações de gênero; processos de socialização