O artigo procura, a partir de uma discussão sobre a complexidade histórica, social, cultural e racial de Moçambique, apontar para a necessidade de se pensar a epidemia de HIV/AIDS no país como um fenômeno que tem implicações específicas determinadas por tal quadro. As medicinas tradicionais e as concepções de doença formuladas a partir de seus pressupostos, que estão intimamente relacionadas aos sistemas de parentesco, relações de gênero e cosmologias locais, e operam nas interpretações que os sujeitos fazem de seu contexto e experiências, devem ser levadas em consideração para se compreender as relações que os moçambicanos estabelecem com a doença, determinando concepções e experiências particulares de adoecimento pelo HIV/AIDS.
Moçambique; HIV/AIDS; medicinas tradicionais