As mulheres atingidas pelo câncer de mama passam, a partir da experiência da enfermidade, a travar novas relações com o corpo modificado pela cirurgia de mama (mastectomia), que provoca profundas alterações corporais. Considerando as representações simbólicas e sociais que envolvem o corpo da mulher e a associação das mamas à feminilidade, à sexualidade e à maternidade, pretendo discutir neste artigo como a ideia do corpo feminino e dos papéis sociais associados a ele foi histórica, social e culturalmente construída em nossa sociedade, como essa representação é percebida e reelaborada pela mulher mastectomizada e quais os discursos e visões (muitas vezes ambíguos) que passam a ser utilizados para a compreensão desse corpo após a experiência da doença. A pesquisa foi realizada com mulheres de dois grupos de ajuda mútua na cidade de Campina Grande, PB.
câncer de mama; corpo feminino; saúde da mulher