Este artigo examina a trajetória de mulheres brasileiras que trabalham como dançarinas eróticas em bares noturnos da cidade de Nova York. Parte-se do pressuposto de que processos de globalização e transnacionalismo estão relacionados não apenas a transformações políticoeconômicas, como também a mudanças na maneira com que as pessoas se relacionam, como utilizam seus corpos e realizam seus desejos. Tais transformações devem também ser entendidas em relação ao regime colonial e pós-colonial, em que representações sobre seus corpos ganham inteligibilidade. A maioria das mulheres consideradas pela pesquisa é proveniente das classes médias e, quanto à raça, tendem a se autodenominar "morenas". A partir de trabalho de campo realizado durante os anos de 2004 e 2005, eu analiso de que forma essas posições e identidades sociais são traduzidas de um contexto a outro, e como novas hierarquias sociais são construídas num contexto transnacional. Tomando como foco de estudo o Blue Diamond, um bar localizado no bairro do Queens, este artigo examina como tais reconfigurações transnacionais são articuladas através das interações cotidianas entre dançarinas e entre essas e seus clientes
transnacionalismo; dançarinas eróticas brasileiras; sexualidade; raça e classe