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O mito da leniência fiscal no pensamento econômico desenvolvimentista*

The myth of fiscal leniency in developmentalist economic thought

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a “tese de leniência fiscal” do desenvolvimentismo apresentada, entre outros, por Franco (1996FRANCO, G. H. B. O desafio brasileiro: ensaios sobre desenvolvimento, globalização e moeda. Editora 34, 1996., 2004FRANCO, G. H. B. Auge e declínio do inflacionismo no Brasil. Rio de Janeiro: PUC. Departamento de Economia, 2004. (Texto para Discussão, n. 487)., 2005)FRANCO, G. H. B. Auge e declínio do inflacionismo no Brasil. In: GIAMBIAGI, G.; VILLELA, A.; CASTRO, L. B.; HERMANN, J. (Org.). Economia brasileira contemporânea (1945-2004). Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2005.. De acordo com esta tese, “gerações de desenvolvimentistas” propuseram um modelo de desenvolvimento no qual os desequilíbrios fiscais não eram apenas aceitáveis, mas sim parte crucial do financiamento dos investimentos. O artigo analisa duas gerações de desenvolvimentistas: a original, a partir das contribuições acadêmicas de seus expoentes intelectuais, Roberto Simonsen, Roberto Campos e Celso Furtado, e a nova geração formada pelas contribuições do novo e do social desenvolvimentismos. A revisão da literatura permite concluir que não há suporte para a tese da leniência fiscal. Os desenvolvimentistas originais sugeriram outros mecanismos para financiar os investimentos, como por exemplo, empréstimos do exterior ou ainda a elevação dos tributos. Outro resultado é que a leniência fiscal não faz parte da agenda do novo e do social desenvolvimentismos, já que são comprometidos com o equilíbrio fiscal.

Palavras-chave:
Pensamento econômico brasileiro: Desenvolvimentismo; Novo e social desenvolvimentismos; Política fiscal; Leniência fiscal

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