O objetivo foi avaliar a influência do gênero e da idade nas percepções de relações familiares entre idosos com alterações cognitivas que moravam em contextos de pobreza. Trata-se de estudo transversal com abordagem quantitativa. A funcionalidade familiar foi avaliada utilizando o instrumento Apgar de Família, durante entrevista domiciliar com 45 idosos, com alterações cognitivas, que moravam em contextos de pobreza. Os resultados mostram que 62% das mulheres e 95% dos homens avaliaram a funcionalidade de sua família como "boa", 21% das mulheres e 5% dos homens apontaram moderada disfunção e apenas as mulheres (17%) apontaram elevada disfunção familiar. Estes resultados foram significativamente diferentes, segundo o teste de Mann-Whitney (Z=-2,559; p=0,01). Não houve correlação significativa, pelo coeficiente de Spearman, entre idade e funcionamento familiar (p>0,05). Assim, no desenvolvimento de serviços públicos de cuidado ao idoso com alterações cognitivas, é importante considerar diferenças ligadas ao gênero, na percepção de relações familiares.
Idoso; Demência; Relações familiares; Identidade de gênero; Grupos etários