O papel do(a) etnógrafo(a) pode ser extremamente exigente e desafiador. É frequente a vivência de situações e sentimentos inesperados, que originam reflexões profundas e fazem emergir estratégias imprevisíveis de resolução de problemas. Neste sentido, nos propomos a refletir sobre a vivência deste papel a partir de um estudo de Etnoenfermagem. Esta reflexão tem como base um excerto retirado das notas de campo deste estudo. Enquadramos teoricamente a reflexão e a complementamos com a análise da implementação dos guias propostos por Leininger neste tipo de estudo. As ambiguidades, dificuldades, contradições, desafios e possibilidades que emergiram do papel experienciado, conduziram-nos ao aprofundamento de conhecimentos, à conscientização dos múltiplos papéis vivenciados, à importância do desenvolvimento da atenção, à relevância de se ser aceito pelo outro, à partilha de experiências e ao desenvolvimento da competência cultural. Consideramos que este papel nos transformou e promoveu o nosso crescimento como pessoas e investigadoras.
Enfermagem transcultural; Pesquisa em enfermagem; Metodologia