Objetivamos cartografar o modo como enfermeiros se afetam na prática clínica com as dores dos usuários na atenção básica. Estudo qualitativo, pesquisa-intervenção que utilizou referencial teórico do movimento institucionalista e da micropolitica do trabalho em saúde. Realizamos oito encontros grupais com nove enfermeiros da atenção básica. Utilizamos instrumentos do método cartográfico para análise que resultou em quatro planos: Os significados das próprias dores e dos usuários para os enfermeiros; As dores dos usuários que mobilizam os enfermeiros para o cuidado; As dores dos usuários que afastam os enfermeiros do cuidado; e As estratégias para lidar com as dores no trabalho. Concluímos que na prática clínica o enfermeiro se depara com as dores do usuário como espelho, e a dor do cuidado como dor da alma expressa a falta de sentido do trabalho. A criação de espaços de discussão sobre trabalho pode possibilitar a produção da clínica ampliada inventiva.
Enfermagem; Atenção primária a saúde; Competência clinica; Relações enfermeiro-paciente; Assistência centrada no paciente