RESUMO
Objetivo:
analisar a tendência das internações por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária, de 2000 a 2011.
Método:
estudo ecológico da tendência das taxas de internação por doenças cardiovasculares, por residência, entre 35 e 74 anos, segundo diagnóstico principal de internação, sexo e idade, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde e utilização de modelos de regressão polinomial.
Resultados:
houve declínio médio anual de 5,6 por 10.000 habitantes (r2=0,9; p<0,001) das taxas de internação por doenças cardiovasculares. Tendência descrecente também foi identificada para hipertensão, insuficiência cardíaca e doenças cerebrovasculares, enquanto as taxas de internação por angina permaneceram estáveis. O decréscimo das taxas de internação por condições cardiovasculares foi semelhante entre os sexos, embora esses índices sejam mais elevadas para homens de 55 a 74 anos.
Conclusão:
o declínio das taxas de internação por doenças cardiovasculares sensíveis à atenção primária indica, além de outros fatores, melhora no acesso e qualidade das ações da atenção primária, principalmente para residentes de 55 a 74 anos, e também para as mulheres cujo declínio foi mais acentuado. A equipe de saúde deve implementar ações de prevenção das complicações das doenças crônicas e, consequentemente, das internações para o sexo masculino e para a angina, para eliminar disparidades de saúde.
DESCRITORES:
Doenças cardiovasculares; Atenção primária à saúde; Hospitalização; Estudos de séries temporais; Avaliação de serviços de saúde.