RESUMO
Objetivo:
compreender a vivência de transições na parentalidade de pais que tiveram um filho recém-nascido hospitalizado por sífilis congênita.
Método:
estudo qualitativo realizado com treze mães e quatro pais de recém-nascidos hospitalizados por sífilis congênita, no alojamento conjunto e unidade neonatal de um hospital universitário do Rio de Janeiro, entre setembro de 2014 e maio de 2015, utilizando o método Narrativa de Vida e a análise temática.
Resultados:
no tema “descobrir-se mãe/pai de um filho recém-nascido com sífilis congênita e o impacto do diagnóstico na construção da parentalidade” verificou-se que os pais tinham a consciencialização de que o filho poderia ser hospitalizado por sífilis congênita, emergindo a culpa pela transmissão vertical da sífilis e o medo de sofrer estigmas. No tema “vivência de transições na parentalidade em face da hospitalização do filho com sífilis congênita”, identificou-se que a parentalidade foi uma experiência considerada boa, feliz e de superação, todavia a hospitalização do filho desencadeou sofrimento e estresse. O apoio dos familiares e os cuidados da enfermagem foram aspectos facilitadores da transição na parentalidade, que proporcionaram aos pais novos conhecimentos e reformulação de suas identidades.
Conclusão:
constatou-se que os enfermeiros têm um papel essencial no cuidar de pais que vivenciam transições na parentalidade devido à hospitalização do filho por sífilis congênita, fortalecendo o vínculo mãe-pai-recém-nascido, empoderando os pais para o cuidado parental e para prevenir a reinfecção da sífilis.
DESCRITORES:
Sífilis congênita; Hospitalização; Poder familiar; Enfermagem; Cuidado transicional