Objetivo:
avaliar a associação da atenção primária à saúde e de outros potenciais fatores em relação à hospitalização por pneumonia, em crianças menores de cinco anos de idade.
Método:
Estudo epidemiológico tipo caso-controle de base hospitalar, que incluiu 345 casos e 345 controles, pareados de acordo com sexo, idade e hospital. Os dados foram coletados através de um questionário pré-codificado e do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde, sendo analisados por meio da regressão logística multivariada, seguindo os pressupostos da abordagem hierarquizada.
Resultados:
os fatores de proteção identificados foram: renda familiar >US $ 216,12 (OR=0,68), ganho de peso durante a gravidez ≥10 kg (OR=0,68), qualidade da atenção primária à saúde (OR para escores >3,4 =0,57; e ≤3,41=0,50), refluxo gastro-esofágico (OR=0,55), excesso de peso (OR=0,37) e intervalo interpartal ≥48 meses (OR=0,28). Os fatores de risco consistiram em: paridade (2 partos: OR=4,60; ≥3 partos: OR=3,25), situação vacinal desatualizada (OR=2,81), desnutrição (OR=2,53), história de sibilância (≥3 episódios OR=2,37; 1 episódio: OR=2,13), frequência à creche (OR=1,67) e uso de medicamentos no último mês (OR=1,67).
Conclusão:
a atenção primária à saúde e suas práticas de cuidado da criança - como seguimento nutricional, imunização, atenção às doenças prevalentes, assistência pré-natal e planejamento familiar - constituem ações prioritárias para evitar hospitalizações de crianças por pneumonia.
Descritores:
Criança; Pneumonia; Hospitalização; Atenção Primária à Saúde; Fatores de Risco; Fatores de Proteção.