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A doença na sociedade como entidade e como processo: subsídios para pensar a epidemiologia

Este artigo busca na "oscilação" histórica da compreensão da doença na sociedade, como entidade ou como processo, elementos para a reflexão acerca dos impasses e exigências vividos hoje pelos saberes e práticas da epidemiologia, por referência à proposição da construção de uma sociedade mais livre e justa. Superando o caráter metafísico das concepções ontológicas pré-modernas, as traduções processuais da epidemiologia tornaram-se nucleares a todo o conhecimento objetivo e intervenção prática sobre a dimensão social da doença, a partir do século XIX. No entanto, ao consolidarem socialmente essa posição, os métodos e objetos da ciência epidemiológica assumiram o estatuto prático de verdadeiros entes. São exploradas as raízes e as contradições desse "processualismo" que acaba por negar a sua própria natureza processual. Destaca-se a potencial contribuição de uma "concepção consensual de verdade" na superação do conteúdo de "irracionalismo" que, não obstante inegáveis méritos, esse paroxismo processual do saber epidemiológico, tem conferido à práxis sanitária.


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