O presente estudo teve por objetivo discutir a opção das mulheres pela esterilização cirúrgica. A amostra constituiu-se em 215 mulheres esterilizadas, residentes na Região Sul do Município de São Paulo, em 1992. Foram analisadas variáveis referentes ao uso de métodos anticoncepcionais anteriormente à esterilização, aos motivos desta opção e à satisfação com a esterilização. Das mulheres que eram usuárias de métodos reversíveis antes da esterilização, 67% referiu a pílula. 67% das mulheres referiram problemas com o método anterior, como motivo por ter deixado de usá-lo. 91% afirmaram estar satisfeitas com o método irreversível. 74% das mulheres responderam que a esterilização não trouxe mudanças em sua vida e 60% das mulheres responderam que não houve mudança no relacionamento afetivo e sexual. Ao percorrer as questões relativas à situação da mulher após a esterilização, verificou-se que os problemas de saúde atribuídos aos métodos reversíveis e a segurança frente à gravidez indesejada são os principais elementos que determinaram a satisfação com a esterilização. A análise empreendida neste estudo sugere que a opção pela esterilização está relacionada com as dificuldades oriundas do uso indiscriminado da pílula e da falta de assistência efetiva à saúde reprodutiva, apontando para a importância da implementação dos programas de saúde voltados para este âmbito.
saúde da mulher; saúde reprodutiva; esterilização