Neste ensaio etnográfico procura-se, com base em investigação conduzida entre jovens moradores do grande loteamento popular na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, interrogar a experiência da modernização em ambientes periféricos e empobrecidos. Com atenção específica para os efeitos estruturantes dessa modernização sobre as práticas de raça e gênero. Busca-se com isso fornecer novos elementos tanto para o debate sobre a especificidade da modernização brasileira, quanto para a compreensão das relações raciais e de gênero em contextos de pobreza. A partir dos dados produzidos por esta pesquisa pretende-se representar o "ponto de vista" dos agentes e as condições objetivas para a reprodução das desigualdades, algo que parece crucial para a elaboração de políticas adequadas de saúde sexual e reprodutiva para juventude, respeitando-se as condições interseccionais de produção da desigualdade e da violência.
Raça; Gênero; Juventude; Periferia; Modernização