OBJETIVO: Saber como profissionais da Estratégia Saúde da Família atuam ao se deparar com situações de violência doméstica contra a criança. Método: Trata-se de estudo qualitativo de investigação, realizado por meio de entrevista do tipo semidirigido. A pesquisa desenvolveu-se na cidade de São Paulo, em cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cinco regiões. Foram entrevistados 21 profissionais e utilizou-se a análise de conteúdo temática. RESULTADOS: A análise temática apontou quatro categorias: identificação da violência doméstica; tipos de violência doméstica; dificuldades no atendimento em situações de violência doméstica e ações profissionais diante da violência doméstica. A identificação da violência aconteceu em visitas que os profissionais realizaram na comunidade, em especial, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), sendo corroborada em consulta clínica, mediante observação e exame físico da criança. Uma das ações mais presentes no discurso dos profissionais é a de encaminhamento da criança vitimizada ao Conselho Tutelar. CONCLUSÕES: Os resultados refletem uma realidade da Atenção Básica em Saúde que gera angústia nos profissionais, que se sentem despreparados e desprotegidos para atender e resolver demandas de crianças vítimas por violência doméstica. Constatou-se que o Sistema Único de Saúde/Estratégia Saúde da Família (SUS/ESF) tem de avançar no atendimento dessas situações. A intersetorialidade, a integralidade e a resolutividade foram mencionadas pelos entrevistados, evidenciando lacunas geradoras de sofrimento, que precisam ser reencaminhadas aos órgãos competentes.
Violência Doméstica; Estratégia Saúde da Família; Saúde da Criança; Análise de Conteúdo Temática; Violência na Família; Maus-tratos infantis