O artigo analisa a adesão dos cidadãos ao teste rápido de despistagem do VIH no Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH/sida (CAD) da cidade de Bragança (Nordeste de Portugal). Em concreto, procura-se examinar o papel do diagnóstico rápido na luta contra a infeção pelo VIH/sida no quadro do sistema público de saúde português, compreender as circunstâncias subjacentes à procura do serviço e interpretar as percepções e práticas dos utentes do CAD objecto desta pesquisa. Em termos metodológicos, tratou-se de um estudo de caso assente em inquirição etnográfica, articulando observação direta, diálogos informais e entrevistas, a que se associou uma extensa pesquisa documental e estatística. Os resultados apurados permitem afirmar que o teste rápido proporcionou um contributo muito positivo para a luta contra a infeção pelo VIH/sida, facilitando o acesso dos cidadãos ao conhecimento praticamente imediato do seu estado serológico e melhorando o seguimento destes por parte dos técnicos de saúde. A chamada “dissipação da incerteza”, na sequência de uma situação de risco, é o principal motivo que leva os utentes a realizar o teste rápido.
Comportamentos Sexuais de Risco; VIH/sida; Informação; Anonimato; Teste Rápido