Resumo
O Brasil abriga indivíduos de diversos países em situação de refúgio, tal como é definida pela Lei nº 9.474/1997 ou por autodeclaração. O uso do Sistema Único de Saúde faz parte dos direitos dos refugiados. Apesar desse direito, observa-se a ocorrência de preconceitos, desinformação e dificuldades de acesso a serviços. O objetivo desta pesquisa foi mensurar a qualidade de vida e compreender as necessidades e expectativas de famílias de refugiados africanos em relação à saúde. O estudo foi realizado em dois momentos: quantitativo e qualitativo. Os participantes responderam a escala de qualidade de vida WHOQOL-bref. Foi extraída uma família da amostra para a realização do genograma estrutural e de entrevista semiestruturada com questão norteadora. A análise quantitativa foi feita por estatística descritiva e os discursos obtidos, pela análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Como resultados, no parâmetro de 0 a 100, a média apresentada foi de 49,57, classificando a qualidade de vida como “nem boa, nem ruim”. Esse resultado é condizente com os discursos dos entrevistados e está relacionado à falta de emprego e dinheiro. Em relação à saúde, as avaliações não diferem das dos brasileiros: o serviço apresenta demora no atendimento, faltam médicos e os postos são distantes. Destaca-se também o preconceito vivido por alguns participantes ao serem atendidos pelos serviços de saúde, pelo fato de serem africanos.
Palavras-chave:
Refugiado; Família; Qualidade de Vida; Saúde