Acessibilidade / Reportar erro

Padrão de sensibilidade de 117 amostras clínicas de Staphylococcus aureus isoladas em 12 hospitais

In vitro antimicrobial susceptibility of 117 clinical isolates of Staphylococcus aureus from 12 hospitals

OBJETIVO. Avaliar o padrão de sensibilidade in vitro de amostras clínicas de Staphylococcus aureus sensíveis (OSSA) e resistentes à oxacilina (ORSA) a outros antimicrobianos que podem ser utilizados no tratamento de infecções estafilocócicas. MATERIAL E MÉTODO. Foram analisadas 117 amostras clínicas de S. aureus isoladas em vários hospitais de São Paulo. Também foram incluídas amostras isoladas em Campinas, SP, e João Pessoa, PB. A avaliação da sensibilidade in vitro aos antimicrobianos foi realizada pela técnica de microdiluição em caldo, utilizando os procedimentos preconizados pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS). Foi avaliada a concentração inibitória mínima (MIC) para 24 antimicrobianos da classe dos beta-lactâmicos, fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, glicopeptídeos, macrolídeos, lincosaminas e estreptograminas. Foram avaliadas tanto drogas disponíveis comercialmente quanto as que ainda se encontram em fase de pesquisa. A resistência cruzada entre dez fluoroquinolonas foi avaliada em 24 amostras. RESULTADOS. Os glicopeptídeos, o RP-59500 e a mupirocina foram os antimicrobianos que apresentaram maior atividade in vitro contra amostras de ORSA (100% sensibilidade). Oitenta e sete por cento das amostras de OSSA foram sensíveis à ciprofloxacina (MIC50 0,25mig/mL), enquanto que, para os ORSA, a sensibilidade foi de apenas 38% (MIC50 >4mig/mL). A resistência cruzada para as fluoroquinolonas foi observada mesmo para drogas não disponíveis comercialmente. As fluoroquinolonas que permaneceram ativas contra amostras resistentes à ciprofloxacina (clinafloxacina e WIN-57.273) apresentaram MICs 8 a 64 vezes mais elevados que as amostras sensíveis à ciprofloxacina, sugerindo que, quando lançadas na prática clínica, esses MICs possam se elevar ainda mais, inviabilizando o uso clínico desses compostos. CONCLUSÃO. Os resultados do presente estudo mostraram uma alta taxa de resistência a antimicrobianos das amostras de S. aureus nos hospitais do Brasil, restando poucas opções para o tratamento de infecções causadas por ORSA.

Staphylococcus aureus; Atividade antimicrobiana in vitro; Resistência a antimicrobianos; Quinolonas; Glicopeptídeos


Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br