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Avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de 87 amostras clínicas de enterococos resistentes à vancomicina

Antimicrobial susceptibility testing of 87 clinical isolates of vancomycin-resistant enterococci

OBJETIVOS. 1) Avaliar o padrão de sensibilidade in vitro de amostras clínicas de enterococos resistentes à vancomicina (ERV), aos antimicrobianos comumente utilizados no seu tratamento, bem como a antimicrobianos alternativos. 2) Avaliar a acurácia do E test, em comparação aos outros testes de sensibilidade a antimicrobianos (microdiluição em caldo e difusão em disco). MATERIAL E MÉTODOS. Foram analisadas 87 amostras clínicas de ERVs selecionadas de 1.936 isolados de enterococos coletados em 97 hospitais norte-americanos, no último trimestre de 1992. A identificação em nível de espécie foi feita pelos sistemas API 20S, Vitek e uma versão modificada do método convencional proposto por Facklam e Collins. A avaliação da sensibilidade in vitro aos antimicrobianos foi realizada pela técnica de microdiluição em caldo, E test e métodos de difusão em disco. As amostras foram testadas, tanto para antimicrobianos normalmente utilizados no tratamento de infecções enterocócicas (vancomicina, teicoplanina, ampicilina, penicilina, gentamicina e estreptomicina), como também para drogas alternativas potencialmente úteis (cloranfenicol, doxiciclina, esparfloxacina, ciprofloxacina, clinafloxacina, eritromicina, espectinomicina, trospectomicina, trimetoprim-sulfametoxazol e novobiocina). RESULTADOS. A avaliação dos testes de sensibilidade das 87 amostras de ERV revelou resistência, a ampicilina em torno de 86%, o mesmo sendo observado para penicilina. Em relação aos aminoglicosídeos, obtivemos alto grau de resistência, em torno de 82% e 85%, para gentamicina e estreptomicina, respectivamente. Apesar de pertencer à mesma classe da vancomicina, a teicoplanina foi ativa contra 29% das amostras de ERV. Entre os antimicrobianos alternativos testados, os que apresentaram maiores taxas de sensibilidade foram o cloranfenicol, a doxiciclina e a trospectomicina (82%, 92% e 94% de isolados suscetíveis, respectivamente). CONCLUSÃO. O tratamento de infecções causadas por enterococos multirresistentes ainda é um desafio, e vários esquemas já vêm sendo propostos na literatura. São necessários, no entanto, mais trabalhos analisando a efetividade clínica dessas combinações de antibióticos antes que recomendações definitivas possam ser feitas.

Enterococos resistentes à vancomicina; Atividade antimicrobiana in vitro; Resistência a antimicrobianos; Novos antibióticos; E test


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