Embora os fatores orgânicos e hereditários sejam reconhecidos na etiologia da hipertensão arterial, pesquisas apontam também para a importância das variáveis psicológicas. OBJETIVO: O presente estudo objetivou investigar os dinamismos psicológicos, possivelmente envolvidos na etiologia da hipertensão arterial essencial, por meio da prova de Rorschach. MÉTODO: A amostra é constituída de 20 pacientes, de ambos os sexos, na faixa etária dos 27 aos 55 anos, com hipertensão arterial essencial como doença básica, sem patologia secundária. O grupo padrão de referência constituiu-se de 100 pacientes, não hipertensos, utilizados por Silveira (1964), na padronização da prova de Rorschach. A investigação das condições psíquicas foi feita por meio da entrevista psicológica e da prova de Rorschach. RESULTADOS: Os resultados revelaram que, nas diferentes esferas da personalidade, predominam os dinamismos mais imaturos e subjetivos, sobre as reações mais maduras e atuais, levando os pacientes à retração emocional, como defesa contra a inadequação afetiva. CONCLUSÃO: O bloqueio da expressão afetivo-emocional, assim como a presença de ansiedade subjacente, pode atuar sobre o sistema nervoso autônomo, favorecendo crises hipertensivas transitórias que, ao longo do tempo, podem transformar-se em crises permanentes.
Hipertensão arterial essencial; Psicossomática; Dinâmica afetivo-emocional